O Discurso Social versus o Discurso Técnico:
Uma visão holística sobre os saberes matemáticos

Elsa Fernandes e Mônica Mesquita , Universidade da Madeira / Universidade Nova de Lisboa

A educação matemática tem sido discutida e analisada em relação ao seu potencial para capacitar os alunos à cidadania activa, ao desenvolvimento de competências que permitam o aluno integrar-se plenamente na sociedade e no mundo do trabalho. Assume-se, implícita ou explicitamente, que a escola – munida de um discurso técnico – é o local para aprender e é aí que existe o conhecimento válido. Nesta comunicação pretendemos expressar a nossa busca pelo reconhecimento de saberes matemáticos não escolares como saberes matemáticos igualmente válidos e imbricados num discurso social.
Restivo (1990) diferencia o discurso técnico do discurso social acerca da matemática afirmando que o discurso social, em contraste com o discurso meramente técnico, liga a matemática às experiências, objectivos e valores humanos.
Inseridas neste cenário e munidas de uma análise sociológica da matemática levantamos a discussão da produção de saberes não escolares de culturas não dominantes no contexto social em que estão situadas, da utilização desses saberes em práticas sociais exercidas por estas culturas ligadas em seus contextos sociais e do reconhecimento e da validação desses saberes na formação de cidadãos intervenientes, autónomos e visíveis


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